A UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) serviu picanha assada aos estudantes, servidores e professores, no RU (Restaurante Universitário) do Campus Uvaranas, nesta quinta-feira (9). A carne é proveniente de doação feita pela Receita Federal, em 23 de janeiro. Foram 260 quilos de picanha ao molho madeira com champignon, servidas a 1500 pessoas da comunidade universitária a R$ 3,80.
A picanha veio acompanhada de arroz, feijão, macarrão ao sugo e salada de alface. Tayna Swviatorvski, aluna de Farmácia, estava na fila desde às 11h, horário em que as portas do Restaurante abrem. “É um momento muito esperado, ficamos aguardando a semana toda só pra comer picanha no RU e estamos felizes, pois o RU está muito chique”, sorri.
A alegria pela espera do prato também era nítida na servidora Luciane Vivi. “Eu acho maravilhoso que tem a picanha hoje e estou esperando o camarão também, pois faz muito tempo que não como, então nem olhei o cardápio, só sei que é picanha e que as cozinheiras são maravilhosas”, ressalta.
A expectativa não era apenas para comer, mas também para servir. A cozinheira Glória Aparecida estava servindo os estudantes na hora do almoço. “Desde terça-feira, todos estavam na expectativa, aguardando esse prato, para servir. Para nós, enquanto funcionários, é muito gratificante, como também é para os alunos e professores”, salienta.
A preparação da carne iniciou no dia anterior, com marinada de ervas finas, conforme explica o chef do RU Uvaranas, Marcelo Hartmann. “Na manhã de hoje, começamos às 7h30, colocando a picanha no forno e depois acrescentando o molho madeira”. A ansiedade pelo dia tomou conta da cozinha, segundo ele. “Minha equipe também ficou muito ansiosa, pois estávamos à espera de servir o prato desde que chegou pra nós, em janeiro, e pelo movimento que estou vendo aqui, está tendo uma aceitação boa e o pessoal está elogiando bastante”, comemora.
A UEPG recebeu, no total, 1225 kg de picanha e 80 kg de camarão, que serão servidos nos dois Restaurantes Universitários. A carga veio da Argentina e tem validade de 90 dias. A previsão é que o restante das carnes sejam servidas nas primeiras semanas do ano letivo de 2023. A carga foi apreendida pela Receita Federal em Ponta Grossa, devido a problemas na documentação.
A doação para a UEPG se deu porque a instituição estava preparada para acondicionar a carne de maneira adequada e servi-la a uma grande quantidade de pessoas, o que preconiza doações da Receita. “A Receita Federal tem o dever de destinar os bens e os produtos, que são apreensão, e destiná-los de uma forma adequada do ponto de vista ambiental e social”, ressalta o delegado da Receita Federal em Ponta Grossa, Demetrius de Moura Soares. “A doação para a UEPG veio ao encontro da necessidade da Receita, na medida que esse produto vai atender e se reverter em prol de um número expressivo de pessoas que compõe a comunidade universitária”, completa.
O reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, explica que a doação da carne para a Universidade colabora para economia de gastos, visto que configura uma doação de carne nobre, servida para uma grande quantidade de pessoas. “É uma inclusão, que passa pela alimentação, de uma carne nobre, que muitas vezes a pessoa já comeu em outros lugares, mas que não é habitual na sua alimentação diária”. O RU da UEPG atende em sua grande parte alunos baixa renda, com baixo custo de refeição, auxiliado por nutricionistas. “A UEPG é uma Universidade cotista, que busca fazer inclusão de todos e todas, cada vez mais”.
“Ter picanha é apenas um mero detalhe, de uma boa alimentação que é servida todos os dias, com muito carinho e amor”, descreve Dirceu Klemba, servidor do curso de Engenharia de Materiais. Para ele, foi uma ação assertiva ter a carne destinada para a instituição. “O fato de ter vindo para a Universidade mostra um bom trabalho realizado, pois está atendendo pessoas que nunca provaram uma picanha e que hoje podem experimentar pela primeira vez”.
A novidade também chegou para o RU Central, na última quinta-feira (02). O fato foi recebido com surpresa pela acadêmica Maria Laura Mazurechen. “Quando eu soube que seria servida picanha, eu achei que era meme, porque começaram a compartilhar muito”, brinca. Quando leu a notícia, ficou entusiasmada. “Fiquei surpresa, não estava esperando que seria hoje servida e vim almoçar bem tranquila, cheguei aqui e vi que era picanha e estava uma delícia”.
Para Isabel Augustina Vidal, funcionária do RU Centro, servir a comunidade universitária, especialmente os alunos, é como servir a família. “Eles estão muito animados e é muito bom servir algo diferente, porque eles são iguais a um segundo filho pra gente e temos que atender muito bem”, finaliza.
UEPG