O boletim da Secretaria de Estado da Saúde de terça-feira (2) apontou que 678 pessoas estão internadas em leitos de UTI específicos para Covid-19 no Paraná. O número mais alto na taxa de ocupação foi alcançado na semana passada.
O Paraná tem 3 mil leitos de UTI e de enfermarias adulta e pediátrica exclusivos para Covid-19. O pico de internação dos leitos de UTI foi alcançado no dia 26 de janeiro, quando 1.023 pacientes estavam internados.
O virologista da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Dennis Bertolini, acredita que esse aumento pode estar relacionado as novas variantes do coronavírus que já estariam circulando no estado.
“Pode ser, que a gente esteja produzindo uma cepa, uma variante, que tenha maior habilidade de transmissão. Isso é natural, é a ocupação de espaço do vírus”, explicou.
A taxa ocupação de leitos de UTI começou a crescer de forma expressiva em novembro. No início daquele mês, 527 pessoas estavam internadas em estado grave, o número representava 57% de ocupação desses leitos. O mês terminou com 870 internados e uma taxa de ocupação de 84%.
Dezembro foi um mês em que a taxa de ocupação de UTIs ficou próxima a 90%, e ao longo de três dias mais de mil pessoas ficaram internadas por complicações da Covid-19. Foi a primeira vez que o estado registrou esse número desde o início da pandemia.
Na comparação entre dezembro e janeiro há uma queda na taxa de ocupação, mas isso ocorreu porque o estado habilitou mais leitos.
A Secretaria de Saúde abriu 300 leitos de UTI exclusivos para Covid-19, e isso manteve a taxa de ocupação entre 80 e 85%.
Para os especialistas uma taxa que não coloque em risco o atendimento fica em torno dos 60%.
A preocupação ocorre porque o governo do estado diz que não tem como abrir novas vagas em hospitais.
“A dificuldade maior que temos para que essa implantação seja feita é disponibilidade de profissionais. Atualmente, não há mais disponibilidade de profissionais de saúde com qualificação e com tempo para serem, eventualmente, contratados”, afirmou o diretor de gestão em Saúde do Paraná, Vinicius Filipak.
Se os 3 mil leitos forem todos ocupados, o estado terá que desembolsar até R$ 45 milhões por mês. Desses, só as UTIs podem ser pagas pelo Governo Federal. Atualmente, o Ministério da Saúde banca 660 leitos.