Os casos de dengue no Paraná aumentaram quase 20 vezes nos dois primeiros meses de 2024 quando comparados com o mesmo período de 2023, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa).
No ano anterior, foram registrados 2.510 casos em janeiro e fevereiro. Este ano, no mesmo período, o número foi para 49.378, um aumento de 1.867,3%.
Os casos severos da doença saltaram de 84 pacientes, nos dois primeiros meses de 2023, para 1.277 em janeiro e fevereiro de 2024.
O número de mortes também aumentou de 2 para 22 no período analisado.
Maria Fernanda de Carvalho, coordenadora dos hospitais Cajuru Hospital e Marcelino Champagnat, contou que a cada 10 pacientes com sintomas de dengue no pronto atendimento, pelo menos três ficam internados por causa da gravidade do quadro.
“A gente pode dizer que teve aí um aumento de 60% da procura dos casos com suspeita de dengue nos nossos pronto atendimentos. A gente sabe que a variante que voltou aí com tudo é a dengue tipo 3 e com isso a gente tem uma expectativa realmente de uma maior morbidade, maior gravidade”.
Ainda conforme Maria Fernanda, os sintomas mais frequentes são dor abdominal intensa, desmaio e sangramento.
Ela ressalta que o tratamento aos pacientes são feitos com soro fisiológico.
“Parece simples, mas faz total diferença. Soro endovenoso, não adianta hidratar via oral, precisa garantir uma quantidade grande de soro. A média de internamento varia de acordo com a classificação do paciente. De três a cinco dias de internamento para gravidade tipo C e nos pacientes que evoluem com a dengue hemorrágica, pode chegar até dez dias de internamento”, explica.
O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde no Paraná (Sindipar) afirmou que está em conversa constante com a Sesa sobre repasses do estado para o combate à dengue. Destacou, também, que as unidades estão preparadas e com protocolos bem definidos para atender os pacientes com sintomas da doença.
“A Sesa garantiu um aporte financeiro pros hospitais que atendem SUS pra que eles tenham condições de fazer remanejamentos e compra de insumos, principalmente soro, coisas que podem faltar no atendimento destes pacientes”, explico Karen Tavares, diretora do Sindipar.
O secretário de saúde do Paraná, Beto Preto, confirmou o repasse financeiro aos hospitais, mas ainda não deu detalhes sobre os valores, nem explicou como será feita a distribuição do dinheiro.
Fonte: G1
