SERVIDORES REJEITAM SUSPENDER GREVE E MANTÊM IMPASSE


O Fórum das Entidades Sindicais (FES/PR) rejeitou nesta quarta-feira (26) a proposta do governo do Estado de suspensão temporário da greve por uma semana para a retomada das negociações com os servidores públicos. Diante da decisão, o governo manteve a posição de não reabrir o diálogo com a categoria, enquanto a paralisação iniciada na última terça-feira (25) continuar. Os servidores alegam que enquanto não houver uma proposta do governo sobre o reajuste de 4,94% relativo à inflação dos últimos doze meses, a greve deve prosseguir.

No período da manhã, a Secretaria de Estado da Educação registrou adesão total à paralisação em 1,2% das 2.143 escolas estaduais e adesão parcial à paralisação em 31% das 2.143 escolas estaduais. A Pasta reafirmou que a adesão parcial considera a ausência de professores e demais servidores administrativos e não significa que os alunos ficaram sem atendimento.

Os sindicatos, porém, divergem dos números oficiais, apontando que 60% dos servidores do Estado estariam de braços cruzados. E segundo a APP-Sindicato, 85% das escolas teriam sido afetadas, total ou parcialmente pela greve.

A coordenação do FES alegou ontem que recebeu no início da noite de terça-feira a informação de que o governador Ratinho Junior (PSD) teria cancelado de uma reunião que estava marcada para ontem com o comando da greve dos servidores. O governo, porém, negou que a reunião tivesse sido agendada.

Nesta quarta, um grupo de servidores promoveu uma manifestação em frente à Secretaria de Estado da Fazenda, em Curitiba. Outro grupo permaneceu acampado em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. Uma nova manifestação no local está marcada para a próxima terça-feira.

Sem conversa 
O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Hussein Bakri (PSD), reafirmou que a disposição do Executivo é não voltar a negociar enquanto houver paralisação. “O governo não vai conversar com greve”, disse Bakri.

A data-base do reajuste anual dos servidores vence em maio. Os funcionários do Executivo que estão com os salários congelados desde 2016 acumulam perdas de 17%. Inicialmente, o governo sinalizou que não haveria nenhum reajuste, alegando que os gastos com pessoal já estão no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Após os protestos da categoria no dia 29 de abril, o Executivo concordou em montar uma comissão com representantes dos sindicatos e parlamentares para discutir o assunto. Após oito rodadas, porém, as negociações não avançaram.

Na semana passada, o governador afirmou que o governo não tem dinheiro para conceder o reajuste. Na segunda-feira, após manifestação de policiais civis, que fizeram carreata até o Palácio Iguaçu com viaturas oficiais em mau estado de conservação, o governo pediu a suspensão da greve por uma semana, para apresentar uma proposta ao funcionalismo. Os policiais então, que haviam anunciado “operação padrão” nas delegacias em apoio ao movimento grevista, decidiram suspender a mobilização, à espera da proposta. As demais categorias, porém, decidiram manter a paralisação, pelo menos até uma nova avaliação do comando de greve.