Macrorregião oeste tem maior taxa de ocupação de leitos de UTI Covid no Paraná


A macrorregião oeste do Paraná registrou, nesta quinta-feira (10), o pior índice de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com a Covid-19 no Paraná, conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Dos 345 leitos ofertados, 96% estão ocupados.

De acordo com os dados, nesta quinta, mais de 170 pessoas com a doença aguardavam por um leito de UTI adulto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na macrorregião, que abrange 97 municípios do Paraná.

Cidades como Foz do Iguaçu, Cascavel, Toledo e Francisco Beltrão fazem parte da macro regulação de leitos.

A cabeleireira Giseli Zavaglia perdeu o pai para a Covid-19 e, nesta quinta-feira, deixou a tia de 51 anos para tratar a doença na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Morumbi, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

De acordo com ela, nem mesmo na rede particular de saúde há vagas para tratamento de pacientes com o novo coronavírus na cidade.

“É uma situação que a gente fica de mãos atadas porque não tem o que fazer, não tem onde ir. Mesmo que você vá em um hospital eles não te atendem, porque não tem como atender. Tentei uma consulta no particular para ela, mas só para a semana que vem, nem no particular não está tendo vaga. É bem preocupante”, contou.

Na enfermaria adulto Covid, dos 421 leitos da macrorregião, 76% deles estão ocupados.

A UPA Morumbi de Foz do Iguaçu é preparada para atender pacientes com sintomas moderados de Covid. Nesta quinta, 16 estavam em estado grave, intubados e aguardando por uma vaga de UTI, sem previsão de transferência.

No Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, a falta de leitos é um problema que ocorre desde março. Dos 70 leitos de UTI ofertados, todos seguem ocupados.

O pronto-socorro respiratório trabalha acima da capacidade, segundo o diretor do Hospital Municipal, Sérgio Fabriz. As 17 vagas contam com pacientes intubados.

“Se a situação continuar deste jeito, a tendência é que alguns pacientes não consigam chegar aos hospitais na macrorregional e não só em Foz do Iguaçu. Um exemplo disso é esse grande número de pacientes hoje aguardando vaga. Então, de certa forma, há um processo de análise pela macro regulação de quais pacientes vão para os hospitais. Mas, por hora, esses pacientes que não chegam ao hospital, estão conseguindo fazer assistência nas unidades de pronto atendimento”, explicou.