Lote vencedor da 23ª edição do Concurso Café Qualidade é certificado pela Adapar


O lote vencedor de uma das categorias da 23ª edição do Concurso Café Qualidade conta com a certificação do Selo Adapar de Boas Práticas Agrícolas. A produtora do município de Pinhalão, no Norte Pioneiro, Sirlene Soares dos Santos Souza, conquistou o 1º lugar na categoria de café cereja descascado. O evento de premiação aconteceu nesta terça-feira (25) no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) faz a certificação da produção de diversas culturas, como a de goiaba, de morango e também de café. O lote vencedor da categoria cereja descascado é um dos cafés do Norte Pioneiro com o selo. A certificação atesta a qualidade dos produtos, a rastreabilidade e as boas práticas adotadas durante a produção.

O chefe da Divisão de Certificação e Rastreabilidade Vegetal da Adapar, Juliano Farinazzo Galhardo, destaca a importância do reconhecimento para os produtores rurais. Segundo ele, o selo é uma chancela oficial disponibilizada por uma instituição pública que faz parte do governo do Paraná, que tem muita experiência na fiscalização de certificações, profissionais capacitados no seu quadro, muita experiência no que diz respeito à fiscalização do uso do solo e de agrotóxicos, com muita credibilidade. 

“Por meio dele, o produtor pode demonstrar para o mercado que o seu produto é diferenciado, que tem o acompanhamento de um profissional responsável técnico, e que é feito o monitoramento de pragas e doenças, que aquele produto foi produzido com as melhores práticas agrícolas, e que por isso é um produto originário de uma produção sustentável com respeito ao meio ambiente e seguro para o consumo”, afirma.

A cafeicultora Sirlene Soares dos Santos Souza fala sobre a relevância do Selo Adapar para o seu produto. “É importante para a venda do nosso café, porque os nossos clientes ficam muito interessados ao saber que a gente está com esse selo, que é sério e garante que estamos usando os defensivos da maneira correta, não estamos agredindo o meio ambiente. Agrega muito valor ao nosso produto”, afirma. 

O fiscal de Defesa Agropecuária da Adapar, Aislan Macedo, esteve presente durante a certificação da propriedade da Sirlene. Ele explica que desde a primeira visita, ela já estava adequada, e destaca o papel do Estado na certificação. “A propriedade já estava pronta, ela já trabalhava com boas práticas, o que precisava era o Estado olhar para a propriedade de forma diferente, buscando uma produção que já é feita com qualidade. E foi o que nós fizemos”, salienta o servidor.

CONCURSO – O concurso é uma iniciativa da Câmara Setorial do Café do Paraná, que é composta pelo Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), por meio de seus órgãos, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), as Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa-PR), além da Adapar, pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), e pela Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina.

A premiação é a terceira maior do gênero no Brasil, e na edição de 2025 envolveu a análise de 130 amostras de diversas regiões do Estado, separadas por produtores paranaenses de cafés, com lotes especialmente preparados para serem avaliados. Além da categoria de café cereja descascado, também foram avaliados cafés na categoria natural.

AVALIAÇÃO – Foram selecionados 96 lotes na categoria de processamento natural, ou via seca, que é marcada pela secagem do fruto inteiro. Os outros 34 lotes, da categoria cereja descascado, contam com um processamento de via úmida, que acontece quando a polpa é removida antes da secagem do grão. A seleção dos lotes finalistas foi feita por uma equipe de extensionistas do IDR-Paraná com formação de Q-Grader em café arábica – profissional certificado pelo Coffee Quality Institute (CQI) que utiliza habilidades avançadas de degustação e avaliação sensorial para pontuar cafés arábicas de acordo com os padrões Specialty Coffee Association (SCA) –  e ocorreu em duas fases.

Durante a primeira etapa, foram avaliadas as características físicas dos grãos, de acordo com a Classificação Oficial Brasileira (COB), para identificar defeitos como quebras ou danos causados por insetos. Na segunda fase, a prova de xícara, os cafés foram julgados segundo critérios da SCA, que leva em consideração o aroma, a doçura, a acidez, o corpo, o sabor, o gosto remanescente e o equilíbrio do café.

SELO PARANÁ DE BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS – A certificação é uma iniciativa da Adapar para atestar a qualidade e as boas práticas adotadas durante a produção de alimentos no Paraná, garantindo a oferta de produtos seguros e com rastreabilidade.

Para que o produto possa utilizar o selo deve seguir critérios rigorosos como o acompanhamento de um profissional legalmente habilitado; capacitação, promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/PR) e Adapar; a propriedade deve possuir sistemas para preservar o solo contra a erosão, e estar em dia com suas obrigações ambientais; as pragas e doenças das plantas devem ser monitoradas e controladas, preferencialmente por agentes biológicos; e os produtos passam por análises para comprovar a inexistência de resíduos agrotóxicos acima do permitido pela legislação.