Guru do horror: líder espiritual é julgado por estupros e fraudes sexuais


Está previsto para começar nesta quarta-feira, 22 de outubro, o julgamento de um homem de 63 anos, denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) pela prática de diversos crimes tipificados como violação sexual mediante fraude e estupro. O réu teria praticado os delitos valendo-se da posição de “guru” e “líder espiritual” para envolver as vítimas e, a partir disso, cometer as violências sexuais.

As audiências de instrução e julgamento do caso foram designadas pela Vara Criminal de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, para os dias 22, 23, 24 e 31 de outubro, das 9 às 19 horas. O processo tramita sob sigilo.

De acordo com as investigações conduzidas pelo Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro (Naves) do MPPR, o réu se aproveitava das relações de “mestre-discípulo” que estabelecia com as vítimas – muitas delas em situação de vulnerabilidade emocional – para cometer os abusos. Os crimes teriam ocorrido entre 2005 e 2024, em espaços mantidos pelo denunciado, incluindo uma chácara em Quatro Barras, sede de uma ordem filosófica liderada por ele, e uma clínica em Curitiba, onde atuava como psicanalista e mestre de artes marciais, além de ministrar cursos e palestras.

O acusado responde por diversos crimes, entre eles estupro de vulnerável, praticado contra vítimas menores de 14 anos na época dos fatos, violência psicológica contra a mulher e tortura, por submeter alguém sob sua autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental (um fato), além de vários delitos de violação sexual mediante fraude. Todos os crimes teriam sido cometidos em concurso material e de forma continuada ao longo dos anos.

Como são mais de 40 pessoas a serem ouvidas, entre vítimas e testemunhas, os depoimentos foram distribuídos entre os quatro dias de audiência, sendo o último ato reservado ao interrogatório do acusado. Atuarão nas audiências a promotora de Justiça responsável pela coordenação do Naves e o promotor de Justiça titular da comarca de Quatro Barras.

O julgamento ocorre sob sigilo, visando à proteção das vítimas e ao regular andamento do processo.