Governo do Paraná vai ceder a municípios sistema de gestão inteligente de vagas escolares


O governador Carlos Massa Ratinho Junior autorizou nesta terça-feira (21) a cessão do Sistema Estadual de Georreferenciamento de Escolas e Alunos (Segea) aos municípios paranaenses. A ferramenta, já utilizada pelo Governo do Estado, vai permitir a gestão inteligente da oferta e ocupação de vagas nas redes municipais de ensino com base em dados de geolocalização, beneficiando famílias com estudantes da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental.

A iniciativa integra um pacote de R$ 235,3 milhões de novos investimentos liberados pelo Governo do Estado para a educação paranaense que, segundo Ratinho Junior, fortalecem a parceria entre o Governo do Estado e as prefeituras.

“A nossa meta é garantir que o aprendizado das crianças seja contínuo e de qualidade desde a creche até o ensino médio, com um padrão unificado de ensino em todo o Paraná. Essa integração entre as redes municipal e estadual é essencial para que nenhum aluno tenha perdas no processo educacional”, afirmou o governador.

Desenvolvido pela Celepar e usado há anos pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), o Segea utiliza dados de GPS e uma base única de endereços residenciais, construída em parceria com a Copel e a Sanepar, garantindo o mapeamento preciso de estudantes e unidades escolares. O sistema cruza informações de matrícula, residência e capacidade das escolas, auxiliando na definição das áreas de abrangência e na distribuição automatizada dos alunos conforme a localização das famílias e a disponibilidade de vagas.

O modelo organiza atualmente as matrículas dos últimos anos do ensino fundamental e do ensino médio na rede estadual, priorizando o acesso dos estudantes às instituições mais próximas de suas casas. Para equilibrar a demanda, cada escola conta com uma área de abrangência delimitada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), Núcleos Regionais e diretores, levando em consideração tanto a capacidade quanto a acessibilidade.

De acordo com o secretário estadual da Educação, Roni Miranda, a metodologia garante decisões mais justas e baseadas em evidências territoriais, fortalecendo inclusive o planejamento conjunto entre Estado e municípios para o futuro da educação. Entre os principais resultados esperados pela Seed, estão a queda da evasão escolar e a melhora nos índices de permanência estudantil.

“O sistema de georreferenciamento será cedido gratuitamente aos municípios. Ele indicará automaticamente em qual escola municipal a criança deve ser matriculada, seja na educação infantil ou nos anos iniciais do ensino fundamental atendendo a uma reivindicação dos gestores municipais”, disse o secretário.

Ele também enfatizou que a intenção é ampliar o projeto para outras esferas do sistema educacional, evitando que algumas unidades fiquem com vagas ociosas, enquanto outras têm disputa acirrada por vagas. “Esta é uma solução que também pode ser levada aos CMEIs [Centro Municipal de Educação Infantil]. Com isso, conseguimos eliminar disputas de vagas, reduzir questionamentos do Ministério Público e tornar o processo de matrícula mais técnico, transparente e eficiente”, complementou Miranda.

PROJETO-PILOTO – Em 2025, o Governo do Estado iniciou o projeto-piloto de ampliação do acesso ao Segea para as redes municipais de ensino, com a adesão inicial de seis cidades: São José dos Pinhais, Araucária, Pinhais, Colombo, Fazenda Rio Grande e Cascavel. Esses municípios já estão em fase de implantação do sistema, que passará a ser efetivamente utilizado a partir do ano letivo de 2026 na gestão das vagas da educação infantil e do ensino fundamental I.

Segundo o chefe do Departamento de Planejamento da Rede e Dados da Seed, Eziquiel Menta, o trabalho vem sendo feito de forma conjunta com as equipes municipais para adequar o sistema às especificidades de cada rede. “O Estado já trabalha há alguns anos com dados de georreferenciamento dos alunos, em parceria com a Copel e a Sanepar, o que permite mapear as residências e planejar a distribuição dos estudantes para as escolas mais próximas”, explicou.

Menta acrescentou que o trabalho de cessão do Segea aos municípios começou no primeiro semestre deste ano com o compartilhamento da tecnologia com as prefeituras que aderiram ao projeto-piloto. “Os técnicos da Secretaria da Educação já estão capacitando as equipes locais e realizando ajustes no sistema para contemplar particularidades da rede municipal. A partir dessas adequações, o Segea será utilizado integralmente nessas seis cidades em 2026, e a intenção é ampliar o acesso para outros municípios na sequência”.