Na tarde de segunda-feira (4), um sargento da Polícia Militar do Paraná, à paisana, agiu de forma violenta contra um jornalista do Portal aRede durante a cobertura de uma ocorrência na região de Oficinas, em Ponta Grossa. O caso envolvia um policial militar aposentado em surto dentro de uma residência, supostamente armado, o que levou ao bloqueio da Avenida União Pan-Americana.
Durante a cobertura, a equipe de jornalismo utilizava um drone para registrar imagens aéreas do local. O equipamento, operado a cerca de 100 metros da ocorrência, foi derrubado manualmente pelo sargento, que também o danificou ao pisoteá-lo. Em seguida, o policial recolheu o drone e passou a ameaçar o repórter responsável pelas imagens.
De acordo com relatos, o sargento exigiu que o jornalista assinasse um termo circunstanciado, sob ameaça de prisão caso se recusasse. O profissional foi intimado a comparecer a uma audiência no Fórum de Ponta Grossa, marcada para setembro.
Em nota oficial, a Polícia Militar do Paraná afirmou que o drone não possuía autorização específica para operar na área, que estava sob “gerenciamento de crise”. Segundo a corporação, o equipamento causou interferência nas ações da polícia, o que motivou a abordagem. A PM informou ainda que foi lavrado um termo circunstanciado e que um procedimento interno foi aberto para apurar a conduta do policial.
O Grupo aRede, em comunicado, lamentou o episódio e criticou a conduta do sargento, classificada como desproporcional e inadmissível. O portal reiterou o compromisso com a valorização da instituição policial, mas exigiu rigor na apuração do caso, ressaltando que o jornalista seguiu todas as orientações dos agentes e não interferiu na operação em nenhum momento.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) também se manifestou, condenando a atitude do policial e reforçando que a atividade jornalística é um direito constitucional que deve ser respeitado. A entidade informou que tomará as medidas cabíveis e que a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) acompanha o caso.
O incidente reacende o debate sobre os limites da atuação policial frente à liberdade de imprensa, a segurança em coberturas jornalísticas e o respeito aos direitos dos profissionais da comunicação, pilares fundamentais da democracia.