Após estiagem prolongada, agricultores estimam perda de 50% da safra de trigo no Paraná


O período de estiagem prolongado que impactou o Paraná em 2024 gerou resultados negativos para a cultura do trigo, especialmente na região norte do estado.

Em 2023, foram produzidas 3,6 milhões de toneladas do cereal. Para este ano, a estimativa era de uma produção 5% maior – que não deve se concretizar, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral-PR).

Na propriedade do agricultor Rogério Gimenes em Cambé, por exemplo, as sementes plantadas nasceram perfeitamente. Entretanto, nas semanas seguintes, com a falta de chuva, as plantas perderam crescimento, não ficaram uniformes e perfilharam menos do que deveriam – ou seja, os brotos que se desenvolvem a partir da planta original e que também geram cachos de trigo foram impactados negativamente.

“O que nasceu, morreu”, conta Gimenes.

Em lavouras plantadas mais cedo, o prejuízo pode ultrapassar os 50%, como explica Carlos Hugo Godinho, engenheiro agrônomo do Deral.

“As lavouras em fase de enchimento de grãos são mais atingidas, enquanto as áreas em desenvolvimento vegetativo têm mais margem para recuperação.”

Nesta safra, o Paraná tem trigo em 1,1 milhão de hectares, área 19% menor do que a do ano passado, de acordo com o Deral.