Combinação de sistemas meteorológicos, El Niño e oceano aquecido foram responsáveis pelo grande volume de água entre os dias 30 de abril e 2 de maio
Um relatório técnico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) publicado nesta quarta-feira (3) explica o que causou a chuva devastadora no Rio Grande do Sul, entre o fim de abril e maio.
O documento esclarece que a combinação de sistemas meteorológicos em diferentes escalas por sucessivos dias, entre outros fatores, provocou o evento extremo, que teve os maiores volumes de chuva entre os dias 30 de abril e 2 de maio.
De acordo com o INPE, a acentuada elevação do nível dos rios, especialmente da Bacia Hidrográfica do Guaíba, foi causada pela instabilidade atmosférica com chuvas constantes e intensas.
Segundo os meteorologistas, a atuação do El Niño também contribuiu para a intensificação do chamado “fluxo baroclínico” e favoreceu os episódios de precipitações acima da média na região Sul.
Além disso, a umidade do ar ficou elevada neste período, uma vez que o Oceano Atlântico estava mais aquecido em relação a sua média climatológica.
O instituto de pesquisa afirmou que o volume excepcional de chuva em um curto período de tempo resultou na elevação abrupta dos rios.
O nível mais alto registrado no Guaíba em toda a história foi alcançado nos dias 5 e 6 de maio deste ano, quando o rio atingiu 5,33 metros.
Até então, o recorde era de 1941.