17,6% dos paranaenses passam o mês com R$ 497 reais. O número, revelado pelo Mapa da Pobreza, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), representa 1,9 milhão de pessoas.
Em Curitiba, 11,88% da população está na margem da pobreza. Na região metropolitana, o público aumenta: 18,49%.
“Semana passada ainda passei por isso… Se não fosse doação, minha menina não tinha comido o que ela queria. Ela queria um bolo de chocolate”, disse Gisele Teixeira de Lima, grávida, dona de casa, mãe de três filhos e que vive apenas com o salário do marido.
Segundo a pesquisa, o pior resultado do Paraná está na região norte central, e do Norte Pioneiro, com 22,27% das pessoas na margem da pobreza.https://9bb69f11ae1a995d117718f0ac3d1a5b.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Todas as pessoas nestes grupos indicados pela pesquisa vivem com cerca de R$ 16 por dia. Com o dinheiro curto para a alimentação básica, na moradia, o jeito é encontrar um local para se abrigar.
Em Campo Magro, por exemplo, uma comunidade surgiu há dois anos e conta mais de 1.200 famílias.
“A nossa comunidade tem migrantes, que vieram de todos os estados, e tem imigrantes também, principalmente haitianos, venezuelanos e cubanos. Muitas dessas pessoas perderam o emprego, não tinham como pagar aluguel, como sobreviver, e viram aqui uma esperança de poder estar continuando, procurando o melhor para as suas famílias”, explicou Lucas Amorim líder comunitário.
Para Marcelo Nery, pesquisador da FGV Social, o aumento da pobreza coloca em risco o futuro do país.
“Não adianta você fazer um ataque emergencial à pobreza, e depois você baixar as defesas porque a defesa volta a subir. E é preciso também pensar em um ataque de longo prazo, através da educação, geração de renda, trabalho, estratégias para as áreas urbanas, rurais, para as pessoas saírem com as próprias pernas da pobreza, que no fundo é o que todo mundo quer”.