Idoso morre em UPA após esperar seis dias por leito hospitalar, em Ponta Grossa, diz família


Um idoso, de 85 anos, morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santana, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná, enquanto aguardava para ser transferido para um leito hospitalar, segundo a família.

Joel Virgínio de Oliveira aguardava por uma vaga desde 22 de maio, mas morreu no sábado (28) após o quadro de saúde piorar.

Antes da morte do paciente, a família de Oliveira deu entrevista à RPC e fez um apelo para que ele e outras pessoas conseguissem um leito.

De acordo com os familiares, o idoso entrou na UPA com pneumonia. Depois, teve problemas nos rins e chegou a ser intubado na unidade, mas não resistiu e morreu após uma parada cardíaca.

“Não tenho palavras para dizer o que estamos sentindo no momento. O que eu peço é que façam algo para que as pessoas não passarem pelo estamos passando. Para que os pacientes tenham uma oportunidade de serem tratados e não passem pelo que estamos passando, porque essa é uma dor insuportável. Sabendo que ele poderia ter sido tratado no hospital, ter uma vaga na UTI, mas não tem. Então a gente pede, a gente implora, para que façam algo pelos próximos pacientes que estão lá, para que as famílias não passem pelo que estamos passando no momento”, disse a filha Laís Leite de Oliveira Vaz.

O paciente foi internado no domingo (22) e a necessidade de transferência foi indicada na segunda-feira (23). Entretanto, após seis dias de espera, ele não foi encaminhado ao hospital e morreu na UPA, conforme a família.

“Se ele tivesse a oportunidade de ter ido para um leito, conseguido esse leito que já foi avisado para ele na segunda, ele teria uma chance. Porque ele teria recebido um tratamento adequado e, talvez, hoje ele estivesse aqui conosco. Os médicos e enfermeiros do UPA atenderam super bem o meu pai, mas eles precisariam da rotatividade e precisariam da vaga para ele no hospital, como não conseguiram um leito, ele acabou falecendo lá mesmo. Quantos mais pacientes vão precisar morrer para alguém tomar atitude de abrir mais vagas em hospitais para esses pacientes que estão aguardando?”,Disse.

Fonte: G1

Uma servidora da UPA, que não quis se identificar, afirmou que, na última semana, outros dois pacientes morreram na unidade enquanto aguardavam por um leito hospitalar.

“O pessoal que trabalha na sala de estabilização, eles dão a vida pelos pacientes que a gente coloca na sala de estabilização. É paciente que fica esperando um leito por 10 dias, cinco dias”, contou.