Mesmo com pandemia, indústria do Paraná cresce e tem melhor resultado em dez anos


A indústria do Paraná fechou 2021 com crescimento de 9% em relação ao ano anterior, quando o setor registrou queda de 2,5% na produção. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é o melhor desde 2011, quando a produção cresceu 11,2%.

No cenário nacional, o Paraná apresentou o terceiro melhor desempenho, ficando atrás apenas de Minas Gerais (alta de 9,8%) e de Santa Catarina (alta de 10,3%).

No entanto, o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, afirma que o resultado deve ser visto com cautela. que o desempenho é positivo, mas precisa ser visto com cautela.

“Das 13 atividades monitoradas pelo IBGE, apenas quatro encolheram no ano passado. Mas quando é feita a avaliação por setor, alguns ainda têm quedas importantes que impactam no resultado”, pondera.

“A retração em diversos segmentos foi forte em 2020, por conta do período crítico da crise sanitária. A base de comparação de 2021 contra o ano anterior é bem baixa. Avaliar qualquer período de queda vai resultar em tendência de crescimento alto, por isso é preciso avaliar os números com cuidado”, afirma.

Os setores que registraram crescimento na produção, segundo o IBGE, foram:

  • máquinas e equipamentos (+49,6%);
  • automotivo (+30,4%);
  • madeira (+24,2%);
  • fabricação de produtos de metal (17,4%);
  • minerais não-metálicos (12,9%).

As atividades que viram a o produção encolher em 2021 foram:

  • setor de alimentos – que representa de 30% a 33% do PIB industrial do Paraná -, lidera a queda (-6%),
  • celulose e papel (-1,6%);
  • moveleiro (-0,8%);
  • petróleo (-0,1%).

O economista lembra que o aumento da inflação e o preço mais alto dos alimentos nos supermercados obriga as famílias a reduzirem o consumo, substituindo produtos por itens mais baratos.

De acordo com Evânio Felippe, contribuem para o custo final dos produtos principalmente o aumento do preço de insumos e matérias-primas, problemas logísticos que atrasam as entregas, crise hídrica, o elevado custo da energia elétrica, o câmbio e o preço dos combustíveis.