Líderes religiosos indiciados por tráfico de pessoas deixam prisão após TJ-PR aceitar habeas corpus


Três líderes religiosos de Maringá, no norte do Paraná, que estavam presos suspeitos de tráfico de pessoas foram soltos na terça-feira (24), após o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) aceitar um pedido de habeas corpus feito pelo defesa deles.

Os três, que comandavam a Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus, ficaram presos por um mês, após a deflagração de uma operação da Polícia Civil em 23 de julho.

De acordo com as investigações, um casal e o filho deles são suspeitos de ter explorado o trabalho de crianças e adolescentes para venda de pizzas.

Os três foram indiciados por tráfico de pessoas com a finalidade de trabalho análogo à escravidão.

A decisão que determinou a soltura dos três líderes religiosos afirmou que era adequada a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, como a obrigação de ficar em casa durante a noite, proibição de manter contato com as vítimas e testemunhas e impossibilidade de exercer a atividade de liderança religiosa.

A defesa dos três suspeitos afirmou que o Tribunal de Justiça agiu de forma correta. O advogado Everton Caldeira disse que os líderes religiosos seguem à disposição da Justiça e que confia na absolvição dos clientes.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) informou que vai fiscalizar o cumprimento das medidas cautelares.

Secretária presa

A secretária da igreja, que foi presa no dia 12 de agosto, continua detida. Segundo a Polícia Civil, ela cuidava das finanças da igreja e coordenava e fiscalizava a venda de pizzas por crianças e adolescentes.

A defesa dela informou que está pleiteando que o habeas corpus seja estendido a ela.

Investigação

De acordo com as investigações da polícia, as crianças e adolescentes vendiam as pizzas em nome da igreja para ajudar pacientes em tratamento contra o câncer. Apesar disso, o dinheiro ficava com os líderes religiosos.

O inquérito apontou que onze vítimas foram submetidas a trabalhos forçados, jornada exaustiva e a condições degradantes.