No Paraná, nova onda da pandemia pode ser ainda mais grave, alerta Federação de hospitais


O Dia das Mães foi uma festa. Em Curitiba, os principais polos gastronômicos da cidade tiveram um dia de movimento intenso, inclusive com o registro de aglomerações do lado de fora de restaurantes, por exemplo. E menos de duas semanas depois, as celebrações já se fazem refletir nos números da pandemia e sentir no movimento em hospitais, que estão novamente colapsados, segundo a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar).

Segundo Rangel da Silva, presidente da Fehospar, a procura pelos estabelecimentos de saúde começou a aumentar de forma mais significativa a partir do último final de semana. Anteriormente, comenta ainda ele, a procura por atendimento costumava aumentar cerca de duas semanas após uma data comemorativa. Hoje, esse período foi reduzido e leva em torno de sete dias.

“Pelo que a gente está sentindo, [o cenário atual] é reflexo do Dia das Mães. Já estamos sentindo nos hospitais um aumento na procura por consulta, falta de leito, taxa de ocupação alta, principalmente de UTI. Já vinha de uma taxa de ocupação bem alta, sempre acima de 90%. Hoje já temos taxa de ocupação próximo de 100% e vai ter muitas pessoas em fila de espera, principalmente para leitos de UTI”, afirma Rangel.

Ainda segundo o presidente da Fehospar, a crise sanitária ainda está num momento que poderíamos classificar como menos crítico do que aquele verificado entre fevereiro e março, quando a capital paranaense entrou em bandeira vermelha. Entretanto, aponta ele, “há uma grande chance de até superar aquilo”, ou seja, de que a nova onda ou o novo pico da doença traga um cenário ainda mais crítico para o sistema de saúde.

“Pela alta taxa de ocupação, qualquer demanda a mais entra em colapso. E o sistema já está colapsado, isso a gente já vê. Por mais que tenha medidas dos hospitais, do estado, para aumentar leitos, não tem como dar conta da demanda que está tendo. Este pode vir a ser o pior momento [da pandemia até aqui], pode sim. Antes a gente tinha o agravamento da doença no 10, 11º dia. Agora agrava mais cedo, pessoas no 5º dia chegam em estado muito grave. Então mesmo aumentando os leitos, as pessoas vão entrar mais cedo e demorar mais para sair, porque estamos atendendo mais pessoas jovens, que resistem mais”, explica (e alerta) o especialista.