Mais de 90% das famílias estão endividadas no Paraná


A pandemia afetou, para além do sistema de saúde, a vida financeira de famílias que sentiram, no bolso, os efeitos da Covid-19. No Paraná, por exemplo, um estudo apontou que 90,5% das famílias estavam endividadas em março deste ano, no estado. O índice é o pior registrado para o mês desde o começo da série histórica, iniciada em 2010.

O indicador aponta um aumento na comparação com o mês anterior, quando o índice era de 89,2% das famílias endividadas.

Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), uma pessoa endividada é aquela que tem qualquer parcela em aberto de compras ou empréstimos.

Para o professor universitário Hugo Eduardo Meza Pinto, especialista em finanças pessoais, controlar os gastos e despesas por meio de planilhas é a melhor forma para uma família conseguir, antes de tudo, se organizar.

Além disso, o economista também apontou os juros – seja de parcelamentos ou financiamentos – como o principal vilão no orçamento doméstico.

“O problema é que as pessoas pensam no valor da parcela, e não no preço total. Sempre que você parcela algo, tem juro embutido ali, e aí pode parecer que naquele mês o valor cabe, mas é necessário pensar lá na frente”, salientou Hugo.

Conforme o levantamento da CNC e da Fecomércio PR, o principal fator das dívidas dos paranaenses é o cartão de crédito, que corresponde a 74,3% dos débitos em aberto – e que crescem a cada dia com os juros do rotativo.