Diretora de escola particular de Curitiba é denunciada por tortura e maus-tratos contra alunos


O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou a diretora e proprietária da Cimdy Educação Infantil, de Curitiba, pelos crimes de tortura e maus-tratos contra alunos da escola. Ela também foi denunciada por fraude processual.

A denúncia é do dia 15 de dezembro, mas foi informada pelo MP nesta quinta-feira (17). O processo está em sigilo. Uma professora da instituição também foi denunciada por maus-tratos e vexame.

A ação penal aponta 16 vítimas, entre 2 e 10 anos, de acordo com o Ministério Público.

Conforme as investigações, vídeos da rede interna de monitoramento da escola, do dia 13 de março de 2019, mostram a diretora, de 64 anos, chacoalhando e empurrando a cabeça de uma das crianças, enquanto passa uma pomada na outra.

Os vídeos analisados pela polícia foram entregues por funcionários da escola. As duas crianças que aparecem no vídeo haviam sido levadas à sala da professora porque uma mordeu a outra.

Investigações

De acordo com o MP, as investigações foram conduzidas pela Promotoria e pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), da Polícia Civil.

No decorrer do processo, foram ouvidas mais de 80 pessoas, entre alunos e ex-alunos da instituição.

Além disso, foi feita a perícia de equipamentos apreendidos, especialmente nos aparelhos que armazenavam as imagens das câmeras de segurança da instituição.

Segundo a polícia, a diretora é proprietária da escola desde 1997. A escola, que foi fechada ao longo da investigação, tinha cerca de 150 alunos, entre 1 e 6 anos.

À época, a defesa dela afirmou que ela não praticou nenhum crime, especialmente o crime de tortura que foi imputado pela polícia.

O advogado que defende a Cimdy Educação Infantil, Andrey Poubel, disse que, como o processo corre sob sigilo, não vai se manifestar.