Catuaí terá que indenizar lojista de Cascavel que investiu em franquia para shopping que nunca abriu


Um lojista que ainda em 2012 acreditou na promessa de construção do Shopping Catuaí em Cascavel procurou a justiça e terá direito a indenização de parte do prejuízo que teve. 

Em 2012 o homem tomou conhecimento do empreendimento e iniciou as tratativas para abrir uma empresa no local. Ao assinar o contrato de locação constava que previsão de inauguração era o mês de novembro de 2013. O homem deixou um emprego que tinha há 20 anos e contratou uma franquia de uma empresa de massas. Como todo cascavelense sabe, no entanto, a obra nunca foi concluída.

A empresa Proeste Empresas Reunidas do Oeste do Paraná S. A, responsável pelo empreendimento na época, disse que não houve descumprimento pois o shopping ainda será concluído e na época da assinatura havia “meras previsões”. Assim, a culpa do prejuízo seria do empresário que se arriscou ao antecipar a adesão à franquia. 

O juiz Phellipe Müller discorda. Ele destacou que o contrato trazia a data prevista de inauguração para 30/11/2013 e a informação de que a loja seria entregue ao locatário 60 dias antes. 

“Registra-se, então, que o contrato celebrado entre as partes estabeleceu um prazo para conclusão das obras que, ainda que meramente estimado, induvidosamente é suficiente para criar a legítima expectativa de instalação do empreendimento”, diz a sentença, “No entanto, passados quase oito anos desde a assinatura do contrato de locação (17/10/2012), cuja previsão de conclusão das obras era, inicialmente, 30/11/2013, não há qualquer notícia de que o empreendimento sequer esteja em estágio avançado de construção. Com o devido respeito, o contexto dos autos não permite concluir que a atuação da ré encontre amparo na boa-fé contratual”.

O empresário teve que desfazer o negócio da franquia e a multa foi de R$ 70.472,00. Este é o valor que deverá ser ressarcido de acordo com a sentença dada ontem (6), ainda com juros a serem calculados. Cabe recurso da decisão. 

A obra

A expectativa para a construção do grande empreendimento em um terreno entre a Avenida Brasil e o Lago Municipal é antiga. Quando as obras começaram o MPF questionou possíveis impactos ambientais. Mesmo após um acordo, uma ONG de São Paulo alongou uma discussão judicial. Apenas em junho de 2016 houve liberação para a retomada das obras, mas aí foram os empreendedores que “puxaram o freio”. 

Houve retomada da venda dos espaços, com informação de que a intenção era inaugurar em 2019, mas a obra em si nunca voltou. Este ano, no contexto da pandemia até mesmo a comercialização das lojas parou. Fonte: Catve