Caminhoneiros relatam assaltos no Paraguai durante espera para atravessar Ponte da Amizade


Caminhoneiros brasileiros relatam assaltos durante a espera para atravessar a Ponte Internacional da Amizade e retornar ao Brasil. A Polícia Nacional do Paraguai diz desconhecer os crimes contra os motoristas.

O caminhoneiro Natalício Caseres conta que acabou ficando sem os produtos que precisa para viajar. “Eu tinha duas caixas com os alimentos. Levaram tudo”, afirma.

Ele diz que é de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e entregou uma carga no país vizinho na semana passada, mas acabou sendo furtado na fila de caminhões que aguardavam retorno ao Brasil.

“Você ficar quatro dias numa fila sem banho, sem poder ir ao banheiro, e ainda vem o ladrão e te leva tudo que você tem na caixa de comida”, desabafa.

Natalício afirma que muitos colegas tiveram celulares, carteira e documentos levados. “Você abre a caixa de comida de madrugada, o cara te enfia a faca e leva o celular”, diz.

Segundo ele, o sentimentos dos motoristas é de humilhação. “Nós estamos pedindo socorro”, afirma.

Desde que a fronteira foi fechada, em março deste ano, os caminhões estão autorizados a atravessar somente de segunda a sexta-feira. Com isso, estão levando mais tempo para sair de Ciudad del Este.

O motorista Diego Alexandre Aliatti afirma que foi alvo de bandidos na semana anterior quando estava na fila. “Não temos segurança nenhuma. Levaram tudo que tínhamos para comer. Autoridade nenhuma deu suporte nenhum”, diz.

Na segunda-feira (13), a travessia atrasou ainda mais por causa de um protesto de paraguaios contra a dificuldade em trazer alimentos para o Brasil. Eles bloquearam o trânsito na Ponta da Amizade.

A polícia paraguaia informou que acompanha as manifestações e que está garantindo a segurança na fronteira.